2 de jun. de 2014

Highline Urbano - UFSC

Na segunda semana de maio em uma conversa com os amigos do curso de Arquitetura e Urbanismo, surge o convite - queres fazer um highline aqui no prédio? 

A ideia propõe uma intervenção no prédio. Busca-se um objetivo maior, usar uma estrutura urbana destinada ao ensino e uso educacional, como também um local de prática esportiva.

Na semana a ser realizado o highline, o curso de Arquitetura e Urbanismo, propõe discussões sobre seu currículo, seu impacto social e a vivência na sociedade, intitulada de semana experimental não teria época melhor para uma intervenção deste tipo. 

O prédio tem a forma semelhante a uma meia lua, tornando o mesmo ideal para uma travessia de highline. Por frequentar aquela área da universidade, tendo algumas vezes aulas ministradas nas dependências, já havia imaginado esta possibilidade, e nada melhor do que colocar em prática.

Formato de meia lua da edificação.
Bom a escolha foi o último andar, aonde encontra-se o mezanino do prédio. Gostaria de armar o highline na maior distância possível, porém um grande Cinamomo bloqueia o que seria a travessia de uma extremidade a outra.

Escolhemos assim, uma janela que saia logo ao lado da árvore e que não perderíamos muita distância. A ancoragem do highline foi fixada em uma viga de sustentação do prédio no lado móvel (aonde se efetua o tensionamento da fita) saindo pela janela, e no lado fixo foi amarrado por entre as janelas, com um backup na coluna de sustentação.

Detalhe ancoragem lado móvel.
Detalhe ancoragem lado fixo, utilizando das janelas.






Com os locais escolhidos, efetuamos a montagem no dia 13 durante a noite, acorrendo tudo conforme planejado. Apesar da grande vontade de andar, acabou ficando para o outro dia a primeira tentativa.
Detalhe da saída da fita através da janela.

O combinado era iniciar as travessias no período da tarde, e foi assim que os fatos foram acontecendo. Não tinha um horário estabelecido, o que gerava um ar de expectativa entre as pessoas que estava participando da semana experimental. Elas sabiam que alguém ia atravessar, não sabiam quando e quem eram os "malucos". 

Ao chegarmos no prédio por volta das 14:00 horas do dia 14 de maio, não conseguíamos pensar em outra coisa se não experimentar aquele belo highline urbano. 

Eu fui o primeiro e logo em seguida o Vinícius Goulart. Ao passar a janela e me pendurar no highline as pessoas foram se juntando, criando expectativas e se acomodando para assistir. A travessia foi bem agradável a tensão estava boa e o dia ajudava. Durante a ida senti a energia das pessoas, percebi um pouco da angustia que elas sentiam, e pude também receber as boas energias compartilhadas. Ao finalizar a travessia sem quedas, fui recebido com uma salva de palmas, e aquela sensação de alívio tomou conta dos presentes. Eu me divertia com toda aquela circunstância, aquele espanto do novo do inesperado me deixava confortável.
Foto: Luísa Harger

Na volta senti o ar mais leve, era possível perceber a respiração mais tranquila e um maior entendimento sobre o que estavam presenciando. E novamente ao finalizar palmas.
Foto: Luísa Harger

Este primeira travessia tinha um caracter maior de apresentação, e aos poucos o highline foi se familiarizando com o local e as pessoas, não gerando tanto espanto. Sem antes meu amigo e parceiro de highline em sua travessia Vinícius Goulart, nos proporcionar um leashfall (queda do slackline), para desespero do pessoal e susto aos desavisados. Momentos que só esse cara pode proporcionar, grande BOXXXX.


E foi nesse clima de intervenção e tranquilidade que curtimos até o anoitecer. Tivemos a primeira tentativa do Thiago Veloso no highline, que mandou muito bem devido as circunstâncias, e também a segunda tentativa do Pedro Caetano. É muito gratificante ver as pessoas rompendo os medos e se desafiando.

Este foi minha segunda montagem urbana de highline, e foi um ótimo treino acima de tudo. Conhecimento adquirido e pronto para outros desafios urbanos ou naturais.


Fica aqui o depoimento de um acadêmico(a) da UFSC:

"A meu ver, slackline conquista porque sentimos na pele a concentração de quem faz uma travessia, à medida que acompanhamos cada passo. É um desafio, é um "por que não?", sobre fitas emolduradas por paisagens que passamos a reparar de uma forma diferente. A travessia do Rafael no prédio da Arquitetura na UFSC, foi o contato mais próximo que tive com o esporte e percebi o quanto o equilíbrio, não só físico mas também o mental,  e o foco, podem ser a base de um esporte que convida à todos. É bacana porque ao assisti-lo, me perguntei se conseguiria fazer o mesmo, ou então, de que outras formas poderia me desafiar, e isto é importante considerando a tendência que temos hoje em dia a cair numa rotina, esquecer que podemos fazer algo tão diferente." (Luísa Harger)

Especificações do highline:


Fita Principal: T-18 MKII
Backup: Aero
Distância: aproximadamente 43 metros
Altura : aproximadamente 15 metros

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